Ressignificação discursiva em diferentes contextos:
linguística popular e ludolinguistas
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v52i1.1530Palavras-chave:
Discurso, Ressignificação, Linguística PopularResumo
Neste artigo, num primeiro momento, com certo vagar, apresentamos as reflexões de Marie-Anne Paveau (2019a, 2019b, 2020) sobre a questão da ressignificação discursiva. Na sequência, testamos essa proposta em dados distintos dos quais Marie-Anne Paveau mobilizou. Trata-se de um pequeno conjunto de textos que ressignificam por um lado o branqueamento de Machado de Assis e, por outro, algumas das falas insultuosas de Jair Bolsonaro desferidas a distintos atores sociais. Por último, a partir da categoria de ludolinguista, proposta por Paveau (2008, 2018, 2020) e, com base num conjunto de dados, que tornam em derrisão a atuação desastrosa de Jair Bolsonaro frente às queimadas da Amazônia e do Pantanal, bem como a sua atuação pouco eficaz frente ao controle de preços de alguns produtos, representados metonimicamente pelas designações Bolsonero e Bolsocaro, propomos a categoria de ressignificação humorística. Entendemos com base nas análises que a ressignificação discursiva, especialmente a humorística, pode se tornar numa importante ferramenta de combate aos discursos de ódio, que circulam atualmente na nossa sociedade e que cristalizam as mais variadas relações de poder.
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