The AIDS chronic apparatus and the discourses of seropositivity
an analysis of the enunciations of Brazilian and Portuguese women
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i2.1735Keywords:
Seropositivity, HIV-positive women, AIDS chronic apparatus, Brazil, PortugalAbstract
This article aims to analyze discourses of hiv-positive women from Brazil and Portugal, interviewed between 2019 and 2020. To do so, it starts from a discussion about biopolitics and governmentality, relating them to new materialisms. Initially, the article describes the functioning of the aids apparatus and the AIDS chronic apparatus, in view of their fundamental strategies and the forms of subjectivity they produce. Then, it briefly presents the event of the feminization of the epidemic. Finally, the analyses point to two axial strategies: the first, related to the agentivity of drugs and the production of bio-ascetic practices; the second, linked to the forms of vulnerability implied in the gendred character of seropositivity. In both cases, an ambiguous discourse is invented, either of accountability or of abandonment of the HIV-positive life, despite the role of discipline and security, as well as an agonistic between a control by power and practices of self-invention in the precarious spaces in which they reinscribe themselves.
Downloads
References
AGAMBEN, G. Une biopolitique mineure - entretien avec Giorgio Agamben. Vacarme, n. 10, 2010. Disponível em: http://www.vacarme.org/article255.html. Acesso em: 6 fev. 2014.
AGAMBEN, G. Homo sacer: o poder soberano e a vida nua I. 2. ed. Belo Horizonte: UFMG, 2010 [1995].
BARAD, K. Performatividade pós-humanista: para entender como a matéria chega à matéria. Vazantes, v. 1, n. 1, p. 6-34, 2017.
BARBOSA, R. H. S. AIDS e gênero: representações de risco entre mulheres de uma comunidade favelada no Rio de Janeiro, Cad. Saúde Coletiva, v. 1, n. 5, p. 33-52, 1997.
BENNETT, J. Vibrant Matter: A Political Ecology of Things Duke University, 2010.
BUTLER, J. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2016.
BUTTURI JUNIOR, A. As formas de subjetividade e o dispositivo da aids no Brasil contemporâneo: disciplinas, biopolítica e phármakon. In: QUINO, V. C.; CRESTANI, L. M.; DIAS, L. F.; DIEDRICHM M. S. Língua, literatura, cultura e identidade: entrelaçando conceitos. Passo Fundo: Editora da Universidade de Passo Fundo, 2016. p.59-78.
BUTTURI JUNIOR, A.; LARA, C. de A. Biopolítica, direitos humanos e resistências: uma análise comparativa das políticas públicas de saúde para a população LGBT de Florianópolis-SC. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 57, n. 2, p. 645-674, 2018a. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/4v7JrM94NZ3GqtprqQnF6SL/?lang=pt. Acesso em: 23 maio 2022.
BUTTURI JUNIOR, A.; LARA, C. A. As narrativas de si e a produção da memória na campanha O cartaz HIV positivo. Linguagem em (Dis)Curso (Online), v. 18, p. 393-411, 2018b. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ld/a/tWtfRnpVwVXMr7G6bSYRG6d/abstract/?lang=pt. Acesso em: 23 maio 2022.
BUTTURI JUNIOR, A. O hiv, o ciborgue, o tecnobiodiscursivo. Trabalhos em Linguística Aplicada, v. 58, p. 637-657, 2019. Disponível em: https://www.scielo.br/j/tla/a/KgpnJBsDxVskHPqbLDc3FBp/?lang=pt. Acesso em: 23 maio 2022.
BUTTURI JUNIOR, A.; CAMOZZATO, N. M. A PreP, o HIV e as táticas de desobediência. Fórum Linguístico, v. 18, p. 6332-6350, 2021. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/view/79952/47261. Acesso em: 23 maio 2022.
CAMARGO JR., K. R. de. As ciências da AIDS e a AIDS das ciências. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, ABIA, IMS, UERJ, 1994.
CAPONI, S. Entre o governo de si e o governo dos outros: a hermenêutica psiquiátrica de si e as práticas de liberdade. In: BUTTURI JUNIOR, A. et al. Foucault e as práticas de liberdade: o vivo e os seus limites. Campinas: Pontes, 2019. p. 175-191.
CARVALHO, M. M. Actualizações em Foucault: aplicações da noção de dispositivo ao VIH/SIDA. Faculdade de Letras da U. Porto (FLUP): Porto, 2010.
COLLIER, S. J. Topologias de poder a análise de Foucault sobre o governo político para além da “governamentalidade”. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 5, p. 252-284, 2011.
CUNHA-OLIVEIRA, A.; PITA, J. R.; MASSANO-CARDOSO, I. A história recente do VIH/SIDA em Portugal – 30 anos de epidemia. Coimbra: Universidade de Coimbra, 2011.
DANIEL, H. O primeiro AZT a gente nunca esquece. In: DANIE, H.; PARKER, R. AIDS: a terceira epidemia – ensaios e tentativas. Rio de Janeiro: ABIA, 2018 [1990]. p.139-143. Disponível em: http://abiaids.org.br/wp-content/uploads/2018/12/aids_a_terceira_epidemia_web.pdf. Acesso em: 10 jan. 2021.
DERRIDA, J. A farmácia de Platão. Trad. Rogério da Costa. São Paulo: Iluminuras, 2005.
DREYFUS, H, L.; RABINOW, P. Michel Foucault: beyond structuralism and hermeneutics. 2nd. Chicago: The University of Chicago Press, 1983.
ESPOSITO, R. Bíos – Biopolítica e filosofía. Trad. Wander Melo Miranda. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2017.
FOUCAULT, M. A arqueologia do saber. Trad. Luiz Felipe Baeta Neves. 8.ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012 [1969].
FOUCAULT, M. Crise da medicina ou crise da antimedicina. Verve, n. 18, p. 167-194, 2010a [1974]. Disponível em: https://revistas.pucsp.br/index.php/verve/article/view/8646. Acesso em: 10 abr. 2018.
FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade - curso no Collège de France, 1975-1976. Trad. Maria Ermantina Galvão. 2.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2010b [1976].
.
FOUCAULT, M. História da sexualidade I: a vontade de saber. 19.ed. Trad. Maria Thereza Albuquerque e J. A. Guilhon Albuquerque. Rio de Janeiro: Graal, 2009a.
FOUCAULT, M. Sobre a história da sexualidade. In: FOUCAULT, M. Microfísica do poder. Trad. Roberto Machado. 27. ed. Rio de Janeiro: Graal, 2009b. p. 243-276.
FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). São Paulo: Martins Fontes, 2008 [1979].
FOUCAULT, M. Segurança, território, população: curso dado no Collège de France (1977-1978). São Paulo: Martins Fontes, 2008 [1977-1978].
FOUCAULT, M. O nascimento da clínica. 4.ed. Trad. Roberto Machado. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1994 [1963].
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: história da violência nas prisões. Trad. Raquel Ramalhete. 41.ed. Rio de Janeiro: Vozes, 2013 [1975].
GALVÃO, J. As respostas das organizações não-governamentais brasileiras frente à epidemia de HIV/AIDS. In: PARKER, R. Políticas, instituições e Aids: enfrentando a epidemia no Brasil. Rio de Janeiro, ABIA/Jorge Zahar Editor, 1997.
HARAWAY, D. J. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: TADEU, Tomaz (org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós-humano. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 1994 [1985]. p.243-288.
HARDT, M.; NEGRI, A. Império. 3.ed. Trad. Berilo Vargas. Rio de Janeiro: Record, 2000.
INSTITUTO NACIONAL DE SAÚDE. PORTUGAL. Infeção VIH e SIDA em Portugal – 2020. Disponível em: http://repositorio.insa.pt/bitstream/10400.18/7243/1/DGS-INSA-RelatVIHSIDA-2020.pdf. Acesso em: 10 jan. 2022.
LARA, C. de A. As narrativas de mulheres que vivem com hiv e a produção de subjetividades: entre as estratégias de intervenção e as práticas de si. 2022. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Linguística, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/234846. Acesso em: 13 jun. 2022.
LATOUR, B. Políticas da natureza: como fazer ciência na democracia. Trad. Carlos
Aurélio Mota de Souza,. Bauru: EDUSC, 2004.
LAZZARATO, M. Fascismo ou revolução?: o neoliberalismo em chave estratégica. São Paulo: n-1, 2019.
LEMKE, T. Rethinking biopolitcs: The new materialism and the politicas economy of life. In: WILME, S. E.; ŽUKAUSKAITĖ, A. (ed.). Resisting biopolitics: philosophical, political, and performative strategies. Londres: Routledge, 2016. p.57-73.
MANN, T. et al. Como avaliar a vulnerabilidade à infecção pelo HIV e AIDS. In: PARKER R. A AIDS no mundo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993. p. 276-300.
MARTINS, H. C. Infecção VIH/SIDA em mulheres em Portugal (1983-2012): caracterização de uma epidemia. Observações_Boletim Epidemiológico, Lisboa, 2012. Disponível em: http://www2.insa.pt/sites/INSA/Portugues/PublicacoesRepositorio/Documents/observacoesN62013_artigo9.pdf. Acesso em: 10 maio 2021.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis, do HIV/AIDS e das Hepatites Virais. Nota informativa Nº 5/2019-DCCI/SVS/MS. Disponível em: http://www.aids.gov.br/pt-br/legislacao/nota-informativa-no-52019-diahvsvsms. Acesso em: 10 jan. 2021.
ORTEGA, F. Práticas de ascese corporal e constituição de bioidentidades. Cadernos de Saúde Coletiva, v. 11, n. 1, p.59-77, 2003. Disponível em: http://www.cadernos.iesc.ufrj.br/cadernos/images/csc/2003_1/artigos/2003_1%20FOrtega.pdf. Acesso em: 10 dez. 2020.
PARKER, R. O fim da AIDS?. Associação Brasileira Interdisciplinar de AIDS, 2015.
PERLONGHER, N. O que é AIDS. 2.ed. São Paulo: Brasiliense, 1987.
PINTO-COELHO- Z. VIH/SIDA nos jornais portugueses: construções visuais e linguísticas,
discursos e género. Discurso & Sociedad, v. 4, n. 2, p.332-363, 2010. Disponível em: http://repositorium.sdum.uminho.pt/handle/1822/29201. Acesso em: 30 set. 2021.
PRECIADO, P. B. Testo Yonqui. Madrid: Espasa, 2008.
SEIXAS, E. Rituais de risco e governamentalidade liberal na prevenção do VIH/SIDA. e-cadernos CES, n. 8, p. 136-152, 2010. Disponível em: https://journals.openedition.org/eces/501. Acesso em: 10 jan. 2021.
SQUIRE, C. Living with HIV and ARVs: Three-letter lives. Springer, 2013.
UNAIDS. Prevenção combinada: conheça as novas estratégias de prevenção ao HIV. 3 jan. 2018. Disponível em: https://unaids.org.br/2018/01/prevencao-combinada-conheca-as-novas-estrategias-de-prevencao-ao-hiv/. Acesso em: 10 jan. 2021.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Copyright (c) 2022 Revista da Anpoll
This work is licensed under a Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os trabalhos publicados na Revista da Anpoll são licenciados sob os termos da licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Assim, os/as autores/as ou terceiros podem copiar e redistribuir o material licenciado em qualquer suporte ou formato, e remixar, transformar, ou criar a partir do material desde que sejam dados os devidos créditos ao trabalho original. Ressalta-se que a redistribuição, transformação ou criação, de iniciativa de dos/as autores/as ou de terceiros, deve mencionar a precedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume, número e data desta publicação.