O que pode a literatura do Rio Grande do Sul (ou por “novas façanhas que sirvam de modelo a toda terra”)
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v55.1992Palavras-chave:
literatura do Rio Grande do Sul, literatura canônica, colonialidadeResumo
Inspirado em Todorov (2008), este artigo possui como objetivo desenvolver o argumento de que a literatura do Rio Grande do Sul pode muito, até mesmo questionar a constituição do cânone literário atribuído a esse espaço geográfico/simbólico nomeado Estado do Rio Grande do Sul. Para tanto, inicialmente traz-se à baila o processo de formação do que se convencionou denominar literatura canônica, herdeiro de determinadas categorias oriundas do processo sociohistórico categorizado como colonialidade, para então propor o deslocamento do lócus da enunciação (Grosfoguel, 2008) para os africanos que foram traficados para o Estado na condição de escravizados, de modo que a obra Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua: um nativo de Zoogoo, no interior da África possa ser equitativamente integrada ao cânone da literatura que narra a constituição do Estado do Rio Grande do Sul, assim como as já prestigiadas trilogias de Érico Veríssimo e de Josué Guimarães.
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