Wallace Stevens: duas anedotas
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v55.1946Palavras-chave:
Stevens, Harmonium, Anedotas, ordem, desordemResumo
O presente ensaio propõe-se a discutir duas anedotas de Wallace Stevens, “Earthy Anecdote”, de 1918, e “Anecdote of the Jar”, de 1919, que integram a primeira obra do poeta, Harmonium, de 1923. O intuito da análise dos versos é apresentar três hipóteses interpretativas inter-relacionadas a respeito da obra poética do autor: para Stevens, 1) a política da poesia está relacionada a um embate entre as ideias de ordem e desordem, capaz de dobrar linhas e fronteiras, contornos e espaços; 2) o resultado disso que poderíamos chamar de uma política da interferência não pode ser operacionalizado, resistindo ao processo de interpretação ou atribuição de sentidos; 3) justamente por não se deixar capturar, o gesto criativo solicita o reenquadramento permanente dos mesmos dilemas a partir de variações no modo de concebê-lo ou encará-lo. Num momento em que a política da literatura é pensada fundamentalmente de modo operacional, o jogo das linhas em Stevens ganha uma atualidade inesperada.
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