Regimes de verdade e sexualidade
um olhar sobre a instituição escolar em enunciados do projeto “Escola sem partido”
DOI:
https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i2.1708Palavras-chave:
Estudos Discursivos Foucaultianos, Regimes de Verdade, Sexualidade, Governamentalidade, Escola Sem PartidoResumo
O presente trabalho traz algumas reflexões acerca da pesquisa “Regimes de verdades sobre a instituição escolar em enunciados do projeto ‘Escola sem partido’”, cujo objetivo é analisar regimes de verdade que recaem sobre o ambiente escolar, por meio de enunciados presentes no Twitter. O projeto Escola sem Partido é um movimento político que emergiu em São Paulo, Brasil, em 2004, tendo como fundador o advogado Miguel Nagib, que centraliza a questão da atuação dos professores em sala de aula, buscando a imparcialidade e a objetividade do docente. Pretendemos, assim, a partir dos Estudos Discursivos Foucaultianos, pensar a constituição discursiva da instituição escolar pelos enunciados decorrentes de integrantes e simpatizantes do respectivo movimento político, sobretudo, em relação à noção de sexualidade. Por intermédio da análise de enunciados, observou-se que a estratégia discursiva que embasa a defesa do projeto “Escola sem Partido” se dá, entre outros, pela sensibilização da família, um dos principais instrumentos da governamentalidade para o controle da população.
Downloads
Referências
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: apresentação dos temas transversais. Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alterações determinadas pelas Emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/94, pelas Emendas Constitucionais nos 1/92 a 91/2016 e pelo Decreto Legislativo no 186/2008. – Brasília: Senado Federal, Coordenação de Edições Técnicas, 2016.
BRASÍLIA. Câmara dos Deputados. Projeto de lei 867/2015. Inclui, entre as diretrizes e bases da educação nacional, o "Programa Escola sem Partido". Disponível em <https://bityli.com/rh455>. Acesso: 18 set. 2019.
CÉSAR, Maria Rita de Assis. As novas de governo na escola: o corpo e a sexualidade entre o centro e as margens. In: BRANCO, Guilherme Castelo; VEIGA-NETO, Alfredo (orgs.). Foucault: Filosofia e Política. Belo Horizonte: Autêntica, 2012, p.162-170.
CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Lexikon, 2012.
EL PAÍS. O professor da minha filha comparou Che Guevara a São Francisco de Assis. 25 de junho de 2016. Disponível em <https://bityli.com/AOzax> Acesso em 13 de dezembro de 2019.
FERNANDES, Cleudemar Alves. Discurso e sujeito em Michel Foucault. São Paulo: Intermeios, 2012.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. Editora Positivo, 2010.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 35 ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
FOUCAULT, Michel. A Arqueologia do saber. Rio de Janeiro: Forense, 2008a.
FOUCAULT, Michel. A casa dos loucos. In: MACHADO, R. (org). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2012, p. 65-73.
FOUCAULT, Michel. A governamentalidade. In: MACHADO, R. (org). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2012, p. 163-172.
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo: Loyola, 1996.
FOUCAULT, Michel. Em defesa da sociedade: curso no College de France (1975-1976). São Paulo: Martins Fontes, 1999.
FOUCAULT, Michel. Estratégia, poder-saber. Manoel B. da Motta (org.) e Tradução Vera L. A. Ribeiro. Rio de janeiro: Forense Universitária, 2006.
FOUCAULT, Michel. História da sexualidade I: a vontade de saber. Rio de Janeiro. Edições Graal, 1988.
FOUCAULT, Michel. História da Sexualidade II: O Uso dos Prazeres. Rio de Janeiro: Ed. Graal, 1984.
FOUCAULT, Michel. Segurança, território e população. Trad. de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008b.
FOUCAULT, Michel. Soberania e disciplina. In: MACHADO, R. (org.). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2012, p. 100-107.
FOUCAULT, Michel. Sobre a história da sexualidade. In: MACHADO, R. (org.). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2012, p. 138-163.
FOUCAULT, Michel. Verdade e Poder. In: MACHADO, R. (org.). Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal, 2012, p. 4-12.
FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir. Petrópolis: Vozes, 2012.
MEC. Caderno Escola Sem Homofobia. Brasília: 2009. Disponível em: <https://bityli.com/8Yc1F>. Acesso em: 16 de junho de 2020.
MEC. Síntese das diretrizes curriculares nacionais para a educação básica. Brasília: 2016. Disponível em: <https://bityli.com/7VqEU>. Acesso em 17 de junho de 2020.
MINISTÉRIO DA DEFESA. Manual de campanha: Ordem Unida. Brasília. 2003.
NAGIB, Miguel. Carta ao professor Iomar. In: CARVALHO, Olavo. O estupro intelectual da criança. 19 de setembro de 2003. Disponível em: <https://bityli.com/k8GsK>. Acesso em: 17 de junho de 2020.
RESENDE, Haroldo. Michel Foucault: O Governo da Infância. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2015.
TANDOC Jr. Edson C.; LIM, Zheng Wei.; LING, Richard. Defining “fake news”. Digital Journalism, v. 6, n. 2, 2018, p. 137-153.
UNFPA. International technical guidance on sexuality education. UNESCO: France. 2018.
VEIGA-NETO, Alfredo. Foucault e a educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
VEIGA-NETO. Crise da modernidade e inovações curriculares: da disciplina para o controle. IN: Revista de Ciências da Educação, Lisboa: Sísifo, n.7, p.133-142, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Revista da Anpoll
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Os trabalhos publicados na Revista da Anpoll são licenciados sob os termos da licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional. Assim, os/as autores/as ou terceiros podem copiar e redistribuir o material licenciado em qualquer suporte ou formato, e remixar, transformar, ou criar a partir do material desde que sejam dados os devidos créditos ao trabalho original. Ressalta-se que a redistribuição, transformação ou criação, de iniciativa de dos/as autores/as ou de terceiros, deve mencionar a precedência de sua publicação neste periódico, citando-se o volume, número e data desta publicação.