QUATRO OLHOS SOBRE AMERICANAH: A PARTIR DE ONDE O TEXTO DE ADICHIE FALA E PARA QUEM?
DOI:
https://doi.org/10.18309/anp.v1i41.920Palavras-chave:
Tradução, Chimamanda Adichie, AmericanahResumo
O presente artigo discute as práticas tradutórias através da análise do romance Americanah, de Chimamanda N. Adichie, levando em conta sua tradução do inglês para o português. A narrativa em tela aponta estranhamentos por parte da protagonista no que diz respeito a, principalmente, compreensões sobre raça e gênero nos dois países implicados, ou seja, Nigéria e Estados Unidos, e como os mesmos aparecem transpostos nas duas línguas em questão. Assim, ao longo do trabalho, foram destacados exemplos e opções tradutórias na versão em português da narrativa que ilustram como tais escolhas inegavelmente explicitam marcas das diferenças culturais envolvidas no que se refere a visões de mundo, ideologias, padrões de construção de identidade nas culturas de partida e de chegada. Com base em discussões desenvolvidas por teóricos/as da tradução, da cultura e da adaptação, entre os quais destacamos Venuti, Chamberlain e Hutcheon, apresentamos nossas considerações sobre como questões raciais e de gênero se mostram carregadas de elementos que ultrapassam aspectos linguísticos, sugerindo que paradigmas e ideologias podem ser mais determinantes para as escolhas do/a tradutor/a do que o arsenal de termos (quase) equivalentes em duas línguas colocadas em diálogo através da tradução efetuada.
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