“Ossos do ofício”: o romance inacabado de José Saramago

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DOI:

https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1813

Resumo

O romance inacabado de José Saramago, publicado em 2014, traz mais uma vez à cena narrativa de sua obra o universo do trabalho. A vinculação ao ofício aparece inúmeras vezes ocupando certa centralidade do enredo das obras do autor, como é o caso de História do cerco de Lisboa, Levantado do chão e A caverna, cada um com sua problematização específica. Embora a trama não esteja em sua totalidade, é possível alinhavarmos alguns caminhos na problematização da relação entre o sujeito e a sociedade capitalista que o comporta, a partir de índices textuais e construções estéticas. Importa-nos perceber como Saramago costura na trama narrativa o dilema ético frente a cesura do mundo, a partir do protagonista arthur, um burocrata padrão, funcionário de uma indústria bélica. Contrasta com arthur sua ex-mulher, felícia, que o adverte a todo o momento para uma responsabilidade cívica. Nos interessa nesta investigação aquela concepção de ética contida no discurso fundante do capitalismo, discutida nos estudos weberianos (1999, 2003, 2004, 2013) percebendo as reverberações deste discurso encontradas na justificação do personagem protagonista para a dedicação inquestionável ao seu ofício (ARENDT, 1999).

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Publicado

2023-02-16

Como Citar

Gonçalves, A. (2023). “Ossos do ofício”: o romance inacabado de José Saramago. Revista Da Anpoll, 53(3), 86–100. https://doi.org/10.18309/ranpoll.v53i3.1813