Quantas vidas tem Camões? Sobrevidas rasurantes e representações do amor homoerótico na ficção de Frederico Lourenço
Resumo
O artigo propõe uma leitura do conto de Frederico Lourenço – ficcionista, tradutor, investigador e professor da Universidade de Coimbra –, “O retrato de Camões” (2005, de A formosa pintura do mundo). Na obra, Camões é revisitado e ganha sobrevidas rasurantes, na medida em que se torna eixo primordial para uma reflexão detida sobre as formas de amor que não se coadunam com as normas heteronormativas, em virtude de um homoerotismo presente, ora explícito, ora sutil. Pretende-se pensar de que forma a personagem camoniana, nos seus deslocamentos da condição de mito para uma condição humana, tal qual sublinha Eduardo Lourenço (1999), contribui para refletir sobre as múltiplas possibilidades de ser e estar no mundo do homem português do século XXI a partir de uma experiência amorosa outra, que ousa dizer o seu nome.
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PDFDOI: https://doi.org/10.18309/anp.v51i3.1419
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