SENDO ÍNDIO NA CIDADE: MOBILIDADE, REPERTÓRIO LINGUÍSTICO E TECNOLOGIAS
DOI:
https://doi.org/10.18309/anp.v1i40.1015Palavras-chave:
Indigenous identities, Mobilities, Linguistic repertoires, Technological resourcesResumo
Este texto tem por objetivo refletir sobre duas mudanças que vimos testemunhando nas últimas décadas: a mobi lidade cada vez maior de parcelas dos povos indígenas brasileiros para centros urbanos do país e a crescente adesão dessas populações a práticas que envolvem novos recursos tecnológicos. Pretendo aqui argumentar que tais mudanças são quase sempre equivocadamente vistas como fatores que colocam em risco a legitimidade da identidade étnica desses povos. No que se refere ao processo de mobilidade referido, é meu entendimento que a falsa compreensão de que a indianidade residiria ontologicamente nas línguas indígenas, contribui para fazer com que os índios urbanos brasileiros, que em grande medida utilizam o português como língua franca – e em alguns casos como língua materna –, em suas interações sociais, tenham suas etnicidades, enquanto marcadores de diferença, colocadas sob suspeição. Por outro lado, a imagem paternalista de uma suposta fragilidade das culturas indígenas frente às novidades tecnológicas permite representações de que “índios autênticos” deixariam de sê-los ao se engajarem em práticas comunicativas híbridas e pan-étnicas no YouTube, no Facebook ou no Whatsapp, por exemplo.
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